Capítulo 9

 

   Elas levaram ½ hora para colocar o bendito do urso dentro do carro. Não conseguiram, ou era o urso ou elas. Pediram uma corda para os carregadores do aeroporto e o amarraram em cima da Cherokee de Marcela. foi uma comédia. Todos que passavam, ficavam olhando para aquele urso marrom enorme em cima de um jipe comandado por 4 mulheres maravilhosas. Como Flávia morava perto de Mariana, e consequentemente em Copacabana, choveram cantadas nelas, uma mais estúpida que a outra. Depois de deixar Flávia no apartamento dela e de marcarem de ir até o ap da Mari no dia seguinte para arrumar as coisas para ela, para poder mandar para Orlando, Marcela dirigiu até o ap de Mari para pegar o jipe de Rita, que ficara na garagem de Mari, depois foram até a casa de Marcela, que ficava na Barra, em um dos condomínios mais luxuosos da região...( UHUUUUUUU!!!!! Tô podendo!!!!!!). Deixaram as malas num canto da sala e enquanto Carlota tomava banho no banheiro social, Rita (que já estava familiarizada com a casa da “quase” mana Marcela) preparava a mesa do jantar...que não seria um jantar daqueles...iriam comer as tortas que Marcela havia preparado antes de ir para o escritório...Marcela estava em seu quarto, ou melhor, em seu banheiro, num delicioso banho de banheira...sempre adorara aquilo, quando era adolescente, sonhara com o dia que teria uma só para ela...assim que se formou, assim que comprou a casa, com a ajuda dos pais, verdade fosse dita, mandou colocar uma banheira em cada banheiro da casa...então foram 4 banheiras, uma em cada cor: verde, preta, azul e champanhe...a do quarto dela era a champanhe, uma réplica das banheiras francesas...ela mandou um arquiteto projetá-la só para ela. Marcela era muito espaçosa, por isso na banheira dela cabiam quase 3 pessoas....ela se encontrava mergulhada na espuma de erva-doce e calêndula, quando ouviu o telefone tocar. Rita atendeu. Sabia que Marcela estava no banho e que detestava ser incomodada quando estava lá...Rita ouviu a voz rouca e familiar adentrar em seus ouvidos. Era AJ:
   - Oi, Rita...como foi a viagem das garotas?
   - Tudo bem, Bone. Como vocês estão?
   - Eu tô legal, o Kev mais ou menos, tá com saudade de você, Nick e Howie nem se fala, o Brian está nas nuvens, parece um adolescente...
   - É, agora ele vai ver o poder das mulheres latinas...me desculpe, mas que ele tem ou tinha um mal gosto para mulheres, isso não podemos negar...Leigh Anne e Samantha? UGH!! Mas eu não posso falar muito não, né, Bone? Afinal, você também andou dando uns pegas na Tucano...
   - Tucano?
   - É, Tucano, Tucaranha, Narigão...como você preferir...
   - Vocês são realmente loucas...mas eu estou ligando para...
   Rita o interrompeu:
   - Para falar com a Marcela, certo?
   - Nossa, você deveria fazer curso de advinha...ela está?
   - Claro, só que meio ocupada...tá tomando banho...e ela fica uma fera se alguém a interrompe. Ela diz que fica sem nenhuma defesa se alguém a interrompe...o banho recarrega as energias dela...
   - Bem, se ela está frágil e vulnerável, eu quero falar com ela agora. Quem sabe ela não me trata mal dessa vez?
   - Ai, AJ, que coisa mórbida! A Marcela gosta muito de você...não adianta você ficar fazendo esse jeitinho de menino desamparado que não cola com a Marcela. ela te conhece muito bem. Não se esqueça que ela é uma fã...mas eu vou aliviar a tua barra, espera um pouquinho que eu vou lá em cima falar com ela e convencê-la que você precisa falar com ela desesperadamente... –Rita brincou.
   Enquanto Rita subia as escadas, Marcela cantava em sua linda banheira champanhe uma música que ela amava : “Missing You”. Rita abriu a porta do banheiro, sem bater, algo que fez Marcela gritar:
   - Dá pra bater primeiro?
   - Marcela, eu sei que você detesta ser interrompida no seu banho “recarrega tudo”, mas tem uma ligação internacional muito importante para você...
   - Quem é?
   - É...bem...
   - Fala logo, Rita.
   - É o AJ...
   - Sabia que só podia ser ele. Não vou atender, estou ocupada com a minha pele...
   - Desce desse palco, Marcela que isso aqui é a vida real e não um anúncio de sabonete...você já está há mais de uma hora nesse banheiro...atende o pobrezinho do AJ, por favor...você prometeu que não iria mais tratá-lo mal...
   - Não estou tratando mal...só não  posso fazer nada se ele me liga na hora do meu banho...mas como eu não resisto a essa sua carinha de cachorro que caiu da mudança, passa a ligação aqui pro banheiro.
   Rita fechou a porta e cinco minutos depois Marcela estava à sós com AJ ( no telefone, claro... ). Ela atendeu o telefone e o tom de voz dele a fez tremer...seria capaz de ficar a noite toda ouvindo aquela voz rouca e suave nos seus ouvidos a noite toda. Mesmo estando dentro de uma banheira com água quente, não pôde deixar de se arrepiar toda....que homem!
   - Alô? –ela perguntou.
   Ele pareceu sem-graça por estar interrompendo Marcela. mais uma vez havia sido inconveniente:
   - Oi...é...oi, Marcela, tudo bem?
   - Tudo ótimo, AJ. e com você?
   A resposta dela o pegou de surpresa. Esperava tudo dela, menos aquele “tudo ótimo e com você?”:
   - Eu...estou...bem...como foi a viagem das meninas?
   - Ótima. Como vocês estão? Como está a Mari?
   AJ riu:
   - Ela e o Brian parecem dois adolescentes. Tem que ver, é "meu amor" pra cá, "cãozinho" pra lá...um doce...
   - Que bom, felizmente alguém está feliz...
   - O que você quer dizer com isso, Marcela? você não está feliz?
   - Eu? Claro que estou...foi só modo de dizer...
   - O que você está fazendo? -AJ sabia que ela estava tomando banho. Podia sentir água caindo pelo corpo dela...gostaria de estar lá...
   - Eu? Tomando banho...depois de ficar um dia exaustivo de trabalho, só queria minha casa e a minha banheira...
   - Pelo visto você adora banheira, né?
   - Amo, você não sabe o quanto...
   AJ estava feliz. Pela 1a vez ele e Marcela não haviam discutido. Parecia que finalmente as coisas iriam se acertar entre os dois.
   - Posso mudar de assunto, Marcela?
   - Claro, Panda.
   Antes de dizer alguma coisa, aquele “Panda” tocou o coração dele:
   - É...você percebeu que nós não brigamos?
   - Nós nunca brigamos, AJ. você é que foi inconveniente algumas vezes e eu fui por demais estúpida e ignorante com você...mas isso não significa que eu te odeie ou que vamos passar o resto das nossas vidas brigando...
   - É muito bom ouvir isso, Marcela. você não sabe o quanto.
   Ela começou a ficar sem-graça mas resolveu que não iria ser chata com ele mais uma vez. Resolveu esquecer o que ele havia dito e continuaram a conversar. Por vezes ela pediu para ele esperar para que ela pudesse trocar de roupa. Inconscientemente, ou não, ela fazia aquilo de propósito... “Panda, espera um pouquinho que eu vou trocar de roupa...esse tempo todo na água está fazendo a minha pele ficar toda enrugada...” ou então “pode continuar falando, eu estou colocando a camisola, mas o telefone está no viva voz...”. Da primeira vez que ele insinuou que gostaria de estar ali com ela, Marcela fingiu que não havia ouvido. Era até bom para o ego dela, ouvir algo daquele gênero vindo de AJ Mclean...mas quando ele continuou insistindo, ela achou que já era demais:
   - Você não perde a mania, né, AJ?
   - Do que você está falando, Marcela?
   - Ah, pára de fingimento...tem que sempre falar em sexo, né? Não consegue conversar com uma mulher sem falar em sexo, né? Será que você não percebe que isso é ridículo?
   - M...mas, Marcela... –ele ainda tentava se justificar quando ouviu um barulho. Ela havia desligado o telefone na cara dele.
   Marcela desceu as escadas da casa e encontrou Rita na cozinha, tirando as tortas da geladeira:
   - Ainda bem que você saiu daquele telefone, pra quem não queria falar, você até que estava bem animadinha, né, Marcela? –brincou ela.
   Marcela olhou-a séria:
   - Por favor, da próxima vez que o Alexander James McLean ligar pra cá, se é que vai haver outra vez, não passe a ligação. Diga que eu morri, que estou dormindo, invente qualquer coisa...por favor. É um favor que você faz à sua amiga aqui.
   - Ihhhhh, já vi que vocês brigaram. De novo.
   - Não quero mais falar sobre isso, Ok?
   - Tudo bem...
   Rita virou-se quando ouviu Marcela falar:
   - É muita ousadia dele, né? Aonde já se viu? Ficar insinuando que gostaria de estar comigo naquela banheira...
   - Vai dizer que você não gostou, Marcela? responde sinceramente. Vai dizer que não gostaria de Ter o AJ naquela sua banheira gigantesca com você?
   - Eu...eu...mas isso não vem ao caso. A questão é que nós mal nos conhecemos e ele fica cheio de graça comigo.
   - Como se você não gostasse e não conhecesse o tipo do AJ...
   - Vai ficar do meu lado ou vai ficar defendendo o AJ agora? Que saco! Cadê sua irmã? Vamos logo comer que esse panda idiota já estragou o meu fim de dia.
   - Ela tá no telefone com o Nick. Já que você havia desocupado a outra linha, ela resolveu ligar pra ele e dizer que tinha chegado bem.
   - Mais duas horas...se a minha conta de telefone vier muito alta, já sabe que vou mandá-la pra sua casa.
   Nisso Carlota apareceu na cozinha, vestindo uma camisa branca com uma foto dela e de Nick.
   - Aonde você fez essa camisa? A montagem está perfeita... –brincou Marcela.
   - Muito engraçado...quando eu e Nick fomos à Pleasure Island, entramos numa loja e resolvemos fazer. Ele tem uma igualzinha...
   Naquela noite Rita e Carlota dormiram na casa de Marcela. Carlota tinha muitas novidades para contar à ambas...

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   TRÊS SEMANAS DEPOIS.....

   Rita e Marcela estavam no aeroporto mais uma vez. Lotadas de bagagens, estavam embarcando com Paulo Sérgio para NY. Carlota e Flávia compareceram, é claro. Antes de NY, o avião faria uma escala em Orlando, onde as garotas desembarcariam as malas de Mariana, que estava às voltas com a casa nova que Brian havia comprado.
   A chegada à NY foi tumultuada. O aeroporto estava uma loucura. Elas puderam perceber porque NY era reconhecida como uma das capitais do mundo. Parecia que tudo de novo acontecia lá...Foram direto para o hotel reservado a elas...o Plaza. Marcela já havia visto aquele hotel em muitos filmes, um dos hotéis mais caros e lindos do mundo...talvez o mais lindo de NY. Elas ficaram em uma das suítes presidenciais. Paulo Sérgio ficou em outra suíte, dando telefonemas. No dia seguinte, teriam a 1a reunião na escritório de Wall Street...
   A 1a coisa que Rita fez ao chegar foi ligar para o celular de Kevin. Ele estava em New Jersey com os outros e ficou muito animado ao saber que elas já haviam chegado à NY. Disse que na próxima vez que eles fossem à NY queria vê-la. Ela perguntou quando seria e ele respondeu que seria em breve. Estavam subindo pela costa e NJ era bem perto de NY.
   No dia seguinte, Marcela acordou com Rita gritando o nome dela. Só pra variar um pouquinho, Marcela estava atrasada. Sempre se atrasava quando mudava de cama. Era sempre assim...nunca conseguia acordar no horário se dormisse em uma cama diferente...ela não teve nem tempo de escolher a roupa com calma. Pegou a calça de linho grafite e a jaqueta no mesmo tom. Por dentro uma blusa branca. Encontrou Rita com um tailleur azul escuro:
   - Pensei que você fosse colocar uma das suas roupas vermelhas... –brincou Rita.
   - Hoje não...não vamos chocar os pobres americanos no 1o dia de trabalho...amanhã quem sabe.
   As duas encontraram Paulo Sérgio tomando café. Ele se surpreendeu com a elegância das duas:
   - Minhas caras advogadas, estão mais lindas que nunca hoje...Marcela, é assim que eu gosto de te ver vestida...
   - Eu aposto eu sim...pode admitir, você adora quando eu coloco as minhas saias curtas...vamos lá...
   - Aquele escritório não é uma passarela...você não precisa ficar mostrando seu corpo...não se esqueça que você foi contratada por uma parte do seu corpo que não aparece...
   Ela pareceu um tanto chocada. Fez aquilo só para provocá-lo. Sabia que ele iria se ratificar:
   - Estou falando do seu cérebro, Marcela...
   - Eu sei. Você é que estava pensando besteira...
   Chegaram ao escritório e foram levados direto para a sala de reuniões. Todos os associados estavam presentes. A mesa era enorme e oval. Havia quatro lugares vagos. Marcela, Rita e Paulo sentaram-se um ao lado do outro. Ainda havia um lugar vago, e Marcela se perguntava à toda hora aonde estaria Bel.
   De repente, Bel entrou na sala, vestindo um tailleur preto, com uma blusa azul bebê por dentro. Marcela e Rita sorriram para a amiga, que sentou em frente à Marcela.
   A reunião correra muito bem, os três novos advogados foram apresentados aos outros e no fim, Marcela, Bel e Rita abraçaram-se efusivamente.
- Como senti sua falta, Celly!!! –disse Bel.
- E eu, então? –completou Marcela.
- Rita, você está a mesma. Não mudou nadinha. Continua elegante como sempre...
- Ah, Bel, são seus olhos.
- Tá me chamando de brega, Bel? –Marcela perguntou, fingindo estar magoada com o comentário da amiga.
- Claro que não, sua boba. É que estava mais acostumada te ver vestida de vermelho, e te vendo assim em cores mais discretas, me surpreendi...
- Eu sei que você nunca ia me chamar de brega, só estava brincando com você.
- E aí? Os advogados já arrumaram casa para vocês? –Bel perguntou.
- Ainda não. Estamos indo para a sala do presidente para resolver isso agora. –respondeu Marcela.
- Então eu vou com vocês? Se importam?
- Claro que não, Bel. –disse Rita.
   Elas chegaram até a sala da presidência. Mr. Williamson as convidou para sentar. Após muito elogiar o trabalho delas, começou a falar sobre algumas regras que eram seguidas ali na firma. Nada muito diferente do que elas vivenciavam na firma do Brasil.
- Bem, aqui está uma lista de casas que vocês podem escolher para morar. São casas muito boas e que não ficam muito longe da firma, o que vai ser muito bom para vocês –ele disse.
- Mr. Williamson, queira nos desculpar mas eu e Rita não ficamos longe uma da outra. Queremos uma casa só. –Marcela disse.
- Não haverá problemas. Temos casa bem grandes por aqui em lugares bem reservados e elegantes.
- Com licença, George. –interrompeu Bel.
- Claro, Izzy –era assim que os americanos a chamavam. Nunca a chamaram de Bel. Era Izzy ou Isabel.
- George, minha casa em Staten Island é enorme. Elas podem ficar comigo, aliás somos amigas há muito tempo. Fizemos a mesma universidade.
- Grande idéia! Assim vocês poderão até trabalhar nos mesmos casos, quem sabe? Vocês aceitam, garotas?
- Claro que sim! Vai ser ótimo morar com a Bel. –disse Rita.
- Bem, estamos resolvidos então. Vocês moram com Izzy. Como hoje é Sexta-feira vocês podem vir trabalhar na Segunda-feira. E você, Izzy, está dispensada para ajudar suas amigas com a mudança. Pelo que sei, elas ainda estão hospedadas em um hotel.
   Marcela, Rita e Isabel saíram da sala da presidência e foram direto para o hotel. Paulo Sérgio ainda ficou lá para resolver aonde ele iria morar.
   As três, após irem até o Plaza Hotel foram de táxi até  a casa de Bel em Staten Island. Marcela e Rita ficaram estupefatas com a “casinha” de Bel. Sua casa ficava numa elevação, da onde se tinha uma visão privilegiada do centro da cidade, os seus prédios e luzes e que ficava no centro de um “anel” verde, de arvoredos e grandes gramados e jardins, onde culminava a sua casa.  Era enorme, bem arejada e com poucos móveis, o que fazia da casa um lugar bem maior do que ele já era. Bel convidou-as para entrar e deixou-as à vontade para escolher o quarto que quisessem. Marcela escolheu um no fundo de um dos corredores, já Rita preferiu um que ficava no início. Quando perguntada aonde era o dela, Bel apontou para um no 3o andar da casa, aonde ficava o escritório e o quartinho onde ela guardava tudo que tinha sobre os garotos.
   Elas não demoraram muito a arrumar as roupas, depois teriam todo o tempo para conversar. No mesmo dia, Rita ligou para Kevin dando o telefone da casa delas para ele. Kevin perguntou a Rita como Marcela estava e Rita apenas disse “Muito chateada com o AJ.”
- Você não deveria responder coisas por mim, Rita. –disse Marcela, assim que a amiga desligou o telefone.
- Credo! Sabia que escutar a conversa dos outros é muito feio, Marcela?
- Não mude de assunto. Desde quando eu estou chateada com o AJ?
- Desde o dia da banheira.
- Ah, você ainda se lembra disso? Pelo amor de Deus, Rita! Já disse que o que aconteceu foi passado e que eu não quero me lembrar.
- Oi, gente! A pizza tá ótima!! –era Bel chegando, com uma enorme pizza de queijo.
   Elas mudaram de assunto e resolveram deixar a estória da banheira e de AJ para mais tarde.
 

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   O telefone tocava na casa das garotas. Rita saiu correndo para atendê-lo. Ela logo conheceu a voz.
- Oi, meu amor! Tudo bem?
- Tudo ótimo, querida. Você vai estar ocupada nas próximas horas?
- Claro que não, Kev! Só vou trabalhar mais tarde. Por que?
- Não, é que nós estamos aqui em NY e eu queria te ver.
- Vocês estão AQUI????? Mas como?
- Avião, linda.
- Eu sei, seu bobo, mas fazendo o quê?
- Vamos fazer uma entrevista para  a MTV. Eles queriam ir até Orlando, mas como estávamos um pouco perto e adoramos o estúdio de NY, resolvemos ir até aí. E é óbvio que tem a parte melhor. Eu estava morrendo de saudades de você.
- Estava mesmo? –Rita perguntou numa voz manhosa.
- Claro que sim. Você sabe bem que eu morro de saudades de você. Mas, como vai o trabalho? Muitos casos?
- Muitos, Kev, você não vai acreditar. Eu e Marcela estamos aqui há cinco meses e todos querem a nós. Parece que somos as únicas competentes. A Bel também, nossa, como ela tem processos a resolver...
- Bem, eu não conheço a Bel, mas sei porque você e a Marcela têm tantos em cima de vocês.
- Sabe mesmo?
- Claro que sim. Todos querem vocês porque são lindas, talentosas, competentes, charmosas, entre outras coisas... –e ele deu uma risadinha charmosa do outro lado da linha.
- Muito engraçado da sua parte, mas como você sabe isso tudo da Marcela? anda reparando muito nela. Né, seu safado?
- Não, sei de tudo porque você me conta, sua boba. Você sempre me disse que você e Marcela eram como irmãs, que era surpreendente como vocês eram parecidas. Esses elogios são os meus para você, e já que são parecidas, ela deve ser assim também.
- Ah Kevin.... –ela suspirava ao telefone quando Bel passou pela sala e a viu, derretendo-se no sofá. Bel riu, ficava pensando no dia em que ela teria o mesmo tipo de conversas com o seu amorzinho.
- Kev...e a Flávia? Ela e o Howie?
- Ih, meu amor é melhor nem falarmos muito sobre isso. Você ficou sabendo que ela foi lá pra Orlando para passar umas semanas com ele, né?
- Claro que sim, ela estava toda animada.
- Pois é, depois de 4 dias, ela não agüentou.
- O quê? Não agüentou o Howie?
- Sei lá. O relacionamento deles acabou. Foi muito estranho. Nem eu entendo direito. É melhor não falarmos sobre isso. Olha, eu vou passar aí na sua casa em ½ hora, tudo bem? Ah, por falar nisso, a Marcela está em casa?
- Por que quer saber?
- Calma, lindinha....o AJ tá querendo saber.
- Não, a Marcela está no escritório. Ela pegou um caso e foi pra lá mais cedo. Eu e Bel estamos em casos diferentes, por isso só vamos mais tarde para a firma. Diga ao AJ que ele pode vir aqui lá pelas 5. Ela já vai Ter voltado.
- Será que ela não vai reclamar?
- Só saberemos depois que ela o ver...
- Tudo bem, já estou saindo. Olha, vou levar o Nick comigo porque ele quer te entregar algumas coisas para você mandar para a Carlota, Ok?
- Sem problemas. Você vai trazer mais alguém? –Rita queria saber se Kev ia levar o primo. Provavelmente não, porque ele deveria estar com Mariana, mas não custava perguntar.
- Não. Quer que eu leve + alguém comigo?
- Não, era apenas uma pergunta, bobinho. Te vejo mais tarde.
- Tudo bem, tchauzinho...
- Tchau, meu amor.
   Eles desligaram o telefone e Rita já ia gritando por Bel, quando ela apareceu na escada.
- O papo tava bom, né?
- Menina, você parece que lê pensamentos. Estava pensando em você. Temos alguma coisa para comer na geladeira?
- Temos aquelas tortas que a Marcela fez ontem. Por que?
- Ah, nada demais. O Kev me ligou e disse que chega aqui em ½ hora para falar comigo e o Nick vem com ele.
   Bel caiu sentada na escada. Não conseguia acreditar que Kevolas e Nickolas estariam na sala de sua casa em ½ hora.
- Me explica isso direito, Rita. Eles estão vindo pra cá? Mas desde quando eles estão em NY?
- Eu fiz essa mesma pergunta para ele, que me disse que iam gravar uma entrevista para a MTV nos estúdios daqui de NY. Fazer o quê?
- Será que o Kev vai trazer o patinho?
- Acho que não, Bel. Você sabe bem que o Brian tá noivo da Mari.
- É, esqueci desse detalhe... –Bel disse, desapontada.
 


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